quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Suicídio

Suicídio ou autocídio (do latimsui, ou do grego autos: "próprio"; e do latim caedere ou cidium: "matar") é o ato intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressãotranstorno bipolar,esquizofreniaalcoolismo e abuso de drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo. Além da consideração nefasta do suicídio, há também avaliações positivas, sendo visto como uma vontade legítima ou um dever moral.

Segundo a OMS, os transtornos psicológicos que estão mais associados com o risco de suicídio são:

Os transtornos mentais são frequentemente presentes durante o momento do suicídio, com estimativas de 87% a 98% dos casos.Transtornos de humor estão presentes em 30%, abuso de substâncias em 18%, esquizofrenia em 14% e transtornos de personalidade em 8 a 20% dos suicídios. Estipula-se que entre 5 e 15% de pessoas com esquizofrenia morrem de suicídio.

Fonte: Wikipédia

sábado, 14 de novembro de 2015

Direito de Resposta

No último dia 10/11/15 o Jornal de Lavras  me citou em uma matéria com dados no mínimo mentirosos, pra não dizer outra coisa. O texto causa-me desconforto no meio da sociedade, expondo minha figura em um papel que não condiz com a verdade e quando eu peço "Direito de Resposta" sou simplesmente ignorado.
Logicamente que 24h depois de ser ignorado, amparado por profissionais competentes do ramo do direito, enviei uma notificação extrajudicial dando ao jornal 48h para me responder ou publicar o texto que eu enviei como resposta a publicação para que assim, eu tenha meu direito respeitado.
Pasmem, pois recebo uma mensagem verbal através do continuo dizendo que "eu não passo de um palhaço e imbecil".





Segue o texto publicado e abaixo o direito de resposta que me foi negado:


Caso de polícia
O assessor do prefeito Silas Costa Pereira, Josecler Alair, acionou a Polícia Militar na Câmara Municipal para os servidores, porque, segundo ele, os servidores estavam colhendo assinaturas para a greve. Os servidores revoltaram e uma discussão aconteceu entre o assessor e os servidores.
Josecler, ao perceber que estava sendo fotografado pelo Jornal de Lavras, disse que não permitia o uso de sua imagem, uma tentativa de intimidar o trabalho da imprensa. Acontece que ele é pago com dinheiro do contribuinte, estava no exercício de sua profissão e em lugar público.
Sobre acionar a polícia na Câmara Municipal, o presidente Cleber Pevidor disse que este ato só poderia ser realizado pela Mesa Diretora, esta é a regra nas Casas Legislativas.


Atendendo o que rege a Lei de Imprensa no Brasil, solicito a publicação deste 
“Direito de Resposta” por ter sido citado na reportagem “Reunião da Câmara teve 
denúncia de fraude em licitação, manifestação de servidores e virou caso de polícia” 
(publicada em 10/11/2015) e não ter sido ouvido pelo Jornal de Lavras.


DIREITO DE RESPOSTA

Este pedido de DIREITO DE RESPOSTA é referente a reportagem do Jornal de Lavras 
sobre Reunião da Câmara teve denúncia de fraude em licitação, manifestação de 
servidores e virou caso de polícia, no qual informações foram divulgadas de forma 
falsa e/ou incompletas, além de que, não foi atendida a premissa básica da 
Lei de Imprensa, onde todos os lados citados devem ter o direito de serem ouvidos.
Eu, Josecler Alair, fui citado e não fui ouvido.

Portanto, para esclarecer a verdade, afirmo que NÃO acionei a Polícia Militar para
registrar boletim de ocorrência porque “os servidores estavam colhendo assinaturas 
para greve (sic)”, como afirmou erroneamente o Jornal de Lavras.

O fato verdadeiro é que acionei a Polícia Militar porque havia a possibilidade de um 
crime estar em curso naquele momento, já que havia na recepção do plenário da Câmara 
Municipal uma lista de presença do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de 
Lavras com os seguintes dizeres em caixa alta: 
“LISTA DE PRESENÇA, ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE GREVE REALIZADA 
NO DIA 09/11/2015 ÀS 20:00HS EM PRIMEIRA CONVOCAÇÃO E ÀS 20:30HS EM SEGUNDA A SER 
REALIZADA NA RUA RAUL SOARES, 65 CENTRO-LAVRAS/MG”.

Porém, a dita reunião não estava ocorrendo, o que, estranhamente não foi noticiado 
pelo Jornal de Lavras.

A tal irregularidade me foi confirmada, inclusive, pela própria diretoria do 
Sindicato que reiterou que a ASSEMBLEIA GERAL realmente não estava acontecendo 
naquele instante, na Câmara Municipal, como o documento fazia parecer. 
Os membros da diretoria me informaram que a ASSEMBLEIA GERAL não estava acontecendo 
como explicitava a lista de presença, uma vez que no plenário estava acontecendo 
uma reunião ordinária dos vereadores.

Após a confirmação da irregularidade pelo próprio Sindicato, informei aos diretores 
que o que constava no cabeçalho da página da LISTA DE PRESENÇA era uma informação 
falsa e que ela não tinha validade legal.

Somente após toda essa apuração é que a Polícia Militar foi acionada e nunca para 
impedir uma greve, como quis fazer crer falsamente o Jornal de Lavras.

Outra informação errada e/ou falsa é a de que eu teria entrado em discussão com os os 
servidores. O que houve foram alguns servidores exaltados por deduzirem, erroneamente,
que a Polícia Militar estava ali por outro motivo que não registrar a possível 
falsidade da LISTA DE PRESENÇA.

Como contribuição à informação e como perito judicial atuante em processos que 
envolvem falsificações de documentos e assinaturas, replico aqui o que diz o 
Artigo 299 do Código Penal Brasileiro sobre a falsidade ideológica:

“Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, 
ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser 
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade 
sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão 
de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, 
aumenta-se a pena de sexta parte.”

Por fim, uma terceira correção em relação ao triste ato noticioso do Jornal de Lavras:
em nenhum momento me dirigi à reportagem dizendo que não autorizava o uso de minha 
imagem. O que de fato ocorreu é que um servidor público municipal havia me dito que 
tirou fotos minha e eu o informei que poderia usá-las com a minha autorização, sem 
precisar pedi-la por escrito.

Sendo só para o momento, desde já agradeço o direito constitucional de resposta e 
reitero meus votos para que Lavras tenha veículos de comunicação dignos, honestos e 
transparentes no trato com a informação.

Josecler Alair

Assessor de Gabinete da Prefeitura de Lavras





domingo, 28 de junho de 2015

Epístola do Apóstolo São Paulo Aos Lavrenses



Epístola do Apóstolo S. Paulo
Aos Lavrenses

Prefácio e saudações
1 PAULO, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus.
2 Aos irmãos que estão em Lavras, os santos que estão em Lavras.
3 Graça, paz e misericórdia vos sejam multiplicados da parte de Deus pai e de nosso Senhor Jesus Cristo.
4 Sempre dou graças a Deus pelo amor dele que vos é derramado em forma de graça e conhecimento e é por isto que ganheis o título de terra dos Ipês e das escolas.
5 Desta forma, estão vós na condições de aprendizes do Senhor para que não sejais como os que ainda não são chamados de filhos de Deus.
6 Assim, sois vós agraciados com o conhecimento que é gerado no meio de vós e conseguireis seguir firmes no amor até o dia de nosso Senhor Jesus Cristo.

As dissensões
2 AMADOS, se somos todos irmãos em Cristo, cabe a todos nós utilizarmos a nossa fé de forma inteligente.
2 Não sejamos ignorantes em achar que por sermos servos do Senhor somos melhores que o demais.
3 Pelo contrário, os que não militam conosco na fé são mais carentes ainda de nosso apoio e serviço.
4 Rogo-vos, pois, que repartamos os benefícios que o Senhor nos dá todos os dias desde o nosso nascimento até a presente data.
5 Os que muito tem recebido da parte de Deus, divida com os que ainda não chegaram no mesmo patamar.
6 Os que pouco tem recebido da parte de Deus, aprendam a buscar graça e conhecimento para que da mesma forma possam se destacar no meio dos seus e assim serem reconhecido pelos seus esforços.
7 Aprendamos com o nosso Senhor a não termos inveja dos que tudo tem, pois como nos ensinou o rei Salomão, o muito ter é também vaidade e enfado da alma.
8 Peço-vos que as vossas experiências com o Senhor possam ser divididas com aqueles que desejam ter intimidade com o Senhor teu Deus.
9 Se os que estão a vossa volta não se mostrarem afinados com a vossa fé, não os obrigueis a entender os mistérios de Deus, pois o Senhor é benigno para com o homem e não leva em consideração o tempo da ignorância.
10 Chegará um tempo para vós Lavrenses em que a ciência e a tecnologia evoluirá tanto que os homens andarão em máquinas movidas por forças que vos serão pesadas no bolso.
11 Quando este tempo chegar, peço-vos que sejais complacentes uns com os outros e não brigueis por coisas vãs.

Cristo é o dono da vida
3 QUE poder tem o homem sobre a vida? Nenhum, pois Cristo é o dono de nossas vidas.
2 Nascemos para Ele, por Ele e é para Ele que nossas vidas devem ser apresentadas em sacrifício vivo e agradável.
3 Não sejamos conhecedores das ações de nossos irmãos, atentemo-nos somente as nossas atitudes, pois daremos conta de nossos atos ao Senhor.
4 Abstenhamo-nos das iguarias que deterioram o nosso corpo, pois Cristo é o dono da vida.
5 Não vos deem às bebidas em excesso, pois Cristo é o dono da vida.
6 Afaste-se das muitas festas regadas a drogas e concupiscências da carne, pois Cristo é o dono da vida.
7 Sejais sim sociáveis, resguardando-vos dos amigos maus e das más falações, pois as más conversações corrompem os bons costumes.
8  A juventude é para ser vivida com liberdade e sabedoria, por isso não percais os vossos anos com coisas vãs.

Aos Jovens
4 FILHINHOS, vos escrevo para que saibais que vós sois a esperança do Senhor.
2 Eis que o Senhor te separado esse local para vós vos dediqueis ao conhecimento, ao ensino e a pesquisas de formas para que por meio de vós o Senhor possa trazer benefícios ao seus filhos na terra.
3 Não deixeis que o Senhor se arrependa da confiança que depositou em vós e na vossa força.
4 Como o próprio Cristo nos ensinou em sua passagem pela terra, “ o diabo veio senão para matar, roubar e destruir”. Não deem a ele a oportunidade de sobressair sobre vós, os servos do Senhor.
5 Peço-vos que vos abstenham das misturas químicas que vos elevam ao êxtase por alguns instantes.
6 Não vos deixem entregar por sentimentos momentâneos que poderão vos trazer dor e arrependimento.
7 Respeitem vossos pais, pois eles são pelo Senhor vosso Deu os responsáveis por vosso bem estar.
8 Sabeis que todos os vossos atos tem consequências.
9 Quando os homens vos colocarem a prova, não vos desesperais, deem o seu melhor, se dediquem, pois o Senhor é quem vos dá sabedoria.


Conselhos aos Legisladores
5 SABEDORIA, é um dom de Deus o que é repartido por todos, sem nada vos pedir em troca e isso deveis pedir ao Senhor todos os dias.
2 A responsabilidade que o Senhor colocou em vossas mãos é algo que vos será cobrado naquele grande Dia.
3 Não façais como os hipócritas e Fariseus que andam gritando pelas praças e pelas lentes das câmeras com cartazes da desgraça alheia.
4 Antes, usai de todas as vossas forças para lutar pelos menos favorecidos. Isso é agradável ao Senhor.
5 Não utilizeis de vossos ganhos para espezinhar os mais pobres.
6 Andem no meio do povo e um deles sereis.
7 Não percais vosso tempo correndo atrás de quem não se dedica ao atendimento ao povo, ao menos favorecido. Cuidado, vossas ações para com o povo podem dizer de verdade quem tu és.
8 Não deixeis que o poder suba à vossas cabeças e andeis pela cidade dentro de carros que não condizem com os vossos salários.
9 Antes, saibais que vossos cargos são passageiros e que a voz do povo é a voz de Deus.
10 Quando estiveres a legislar sobre o povo, lembre-se que é um dentre eles.
11 Não entreis em brigas vãs.
12 Vocês foram levantados para lutar pelo povo e não por pessoas que se julgam poderosos em busca de uma cadeira dentre os reis.
13 Quando fizerdes o bem a algum dos pequeninos do Senhor, não griteis aos quatro cantos, pois a vossa recompensa vem do Senhor.

Sobre a necessidade de ordem aos Poderosos
6 QUISERA eu, poder falar convosco como a adultos, mas corta-me o coração em ter de me dirigir a alguns dentre dos que se dizem doutores, como dirijo-me aos neófitos.
2 Quando busquei estudar com os mestres das leis dos judeus, dentre eles Gamaliel, eu pude aprender que o ser e o estar são coisas completamente diferentes.
3 Aprendi também que todas as coisas são passageiras e estar à frente de um povo não é para qualquer um.
4 Lembrai-vos de nosso irmão Moisés que foi líder de um grande povo e não pôde entrar na terra prometida.
5 Lembrai-vos também de Saul que foi rei por pouco tempo e não queria ceder o trono  para Davi.
6 O poder subiu ao coração do rei Saul que o deixou até mesmo possesso por espíritos malignos.
7 Lembrai-vos também dos feitos pela Rainha Ester que não pensava só em si, mas também em Mardoqueu e todo o povo.
8 Não deixem que a ambição suba aos vossos corações, antes, uni-vos pelo bem do povo.
9 Do Senhor é o reino e toda sua plenitude.
10 O rei que se curva ao Senhor será bendito e haverá abundancia em seu reinado.
11 Mas ai daquele que se vangloria pelas praças colocando seus nomes e os nomes dos seus familiares em muros.
12 Não julgueis e não sereis julgados, pois com a mesma medida com que julgardes, vos julgarão cinco vezes também.
13 Cuidado para que o desejo pelo poder não suje o vosso nome e leve em juízo toda vossa família.
14 Faço-os saber que o Senhor não tem se agradado das conversas paralelas, feitas como em covis de leões.
15 Eu já havia falado antes para os irmãos da igreja de Corinto, mas agora falo o mesmo para vós: “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino dos céus?”
16 Acautelai-vos que toda autoridade é instituída por Deus e o que um juiz determinar na terra, tem de ser cumprido.
17 Acautelai-vos com quem anda vos cercando, alguns lobos vestidos de ovelhas podem falar em seu nome e jogar seu reinado todo no chão.
18 Quando o Senhor der por findado o seu reinado, não tente administrar o reino à distância, pois o seu tempo já passou e agora deves se dedicar à novas empreitadas ou a cuidar das viúvas e dos pobres.

Saudações finais
7 ANTES eu estivesse pessoalmente para vos falar essas coisas, mas o que eu aprendi do Senhor também vos ensinei.
2 Que essas palavras possam ir ao encontro de vossos corações e possa germinar, crescer e dar bons frutos.
3 Segui a paz com todos.
4 Rogo-vos que sejais unidos pelo bem do povo.
5 Fazei sempre o bem e ele retornará para vós.
6 Os olhos do Senhor estão como chama de fogos observando tudo o que fazer.
7 Não leveis em consideração as más conversas, pois as autoridades competentes são fiéis para fazerem cumprir as leis.
8 Façam tudo por amor ao próximo, se não puderem atender a um pobre desfaça-te das herdades e torna-te ao primeiro amor.
9 E que o grande amor de Deus, a graça de nosso Senhor Jesus seja com todos vós até a consumação dos séculos.
   

sábado, 20 de junho de 2015

Palestras sobre drogas, criminalidade e educação nas Escolas de Lavras - MG

Nos últimos dois meses recebi convites para ministrar palestras para os alunos em algumas das Escolas das redes Municipal e Estadual sobre drogas, criminalidade e educação.

Na oportunidade converso com os alunos sobre as oportunidades e as escolhas que nós fazemos na nossa adolescência e as possíveis consequências. Trata-se de uma conversa bem legal, descontraída, sem formalidades, mas que prende a atenção dos alunos. Durante a conversa passo pra que eles vejam e manuseiem minha algema profissional e mostro a eles o "peso da lei"
 e a privação da liberdade.

Estive nas escolas:
Escola Estadual Cristiano de Souza
Escola Estadual Azarias Ribeiro
Escola Municipal Umbelina Azevedo Avellar

Segue algumas fotos.









Homicídios em Lavras

    Assustei-me quando li a página policial de um jornal da cidade que comprei neste sábado, 20 de junho. Como o assunto é do meu interesse o li primeiro e deparo-me com uma matéria que informava ao leitor que esta semana o número de homicídios em Lavras chegou a seis, isso representa uma média de um assassinato por mês e que numa cidade de cem mil habitantes, era muito, se comparado com cidades de países desenvolvidos, mas se comparado à realidade brasileira, Lavras ainda é uma cidade segura. 
Quando continuei a leitura da matéria, não esperava que mesmo sendo perito, iria receber informações e dados que me dariam condições de traçar um perfil criminológico dos seis casos, mas esperava ter no mínimo informações embasadas em dados mais claros. 
O texto informava ao leitor que entre as cidades mais violentas do Sul de Minas Lavras é a segunda colocada com seis homicídios, sendo: 
1 - 11 de janeiro (vítima 39 anos) 
2 - 28 de janeiro (vítima 46 anos) 
3 - 30 de janeiro (vítima 33 anos) 
4 - 28 de fevereiro (vítima 25 anos) 
5 - 16 de março (vítima 18 anos) 
6 - 16 de junho (vítima 29 anos) 

   A matéria não se preocupou em mostrar a realidade dos fatos, a situação psicológica, criminológica ou social dos envolvidos em cada caso, dando a entender que estava se instalando um caos como tem acontecido no estado do Rio de Janeiro, onde os moradores já sentem medo de andar à noite pelas ruas e os turistas pensam duas vezes antes de irem para lá. Espanta-me sendo os donos de jornais e televisões, pessoas com conhecimento do “poder de persuasão” que tem a mídia sobre a grande parte da sociedade e mesmo assim, trazer até o leitor informações pela metade, causando dubiedade de pensamentos deixando que o senso comum reine e que os leitores tirem suas próprias conclusões.

Uma notícia com o peso dessa aqui discutida tem de trazer todos os dados de cada caso e não informações incompletas, pois agindo assim poderá trazer más consequências para o leitor. 
A informação da forma como foi trazida por este jornal causa ao leitor, medo, pavor e sensação de insegurança, colocando ele em um patamar de grande chance probabilística em ser a próxima vítima. Uma informação completa, que não deixa o leitor em dúvida sobre o que está lendo deve embasar-se em algumas perguntas: QUEM? QUANDO? COMO? ONDE? O QUE? POR QUÊ? 

Por outro lado, a mesma mídia que nos informa acaba nos motivando e nos levando a refletir e às vezes até tomar algumas atitudes. Creio que os jornais locais deviam unir forças com o Poder Público, com as Universidades aqui constituídas e com a Sociedade Organizada com o intuito de promover e ou patrocinar palestras nas escolas, nas igrejas, nos bairros e até mesmo criar eventos de impacto positivo em meio ao público onde ocorrem com maior frequência esses casos de homicídio possibilitando assim melhoras na qualidade de vida dos cidadãos. Vamos pensar em formas para mudar essa realidade, juntos fazemos mais. 

Josecler Alair 
Perito Judicial 
Investigador Particular
CRA-RJ 03.00836-3

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Um Serial Killer em Goiânia?



Durante esta semana tive minha atenção voltada para as mídias televisivas e impressas, pois corre por diversos canais de informação dados sobre a existência de um Serial Killer (matador em série) na cidade de Goiânia, Goiás. Como profissional eu tenho uma grande atração por casos expostos de forma dramática pelas mídias, pois eles trazem a população, leiga, para dentro da esfera da criminalística, o que pode ser muito válido, como também perigoso. 

O fato que me chamou a atenção desta vez se deu quando estava lendo um jornal impresso de grande circulação na cidade, minutos após de ter assistido a um telejornal local trazendo a mesma matéria, (não vou citar nomes por respeitar a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal). Curioso, peguei o jornal e fui   me inteirar dos fatos. No telejornal a pergunta que se fazia repetidamente era: “Será que temos um Serial Killer na cidade?” E no jornal impresso eu tinha um quadro totalmente didático, demonstrando 11 casos de homicídios ocorridos na cidade, com dados “concretos” que me chamaram a atenção por seu “MODUS OPERANDI”. 
A matéria trazia dados que davam ao leitor, leigo, uma maneira rápida de entrar no mundo da criminalística sem ter passado por uma escola técnica onde poderia aprender os meandros de uma investigação criminal, tendo já em suas mãos dados para análises que poderiam ser feitas em uma mesa de um bar, em uma recepção de hotel ou até mesmo no conforto de seus lares, sem os aparatos,o tirocínio e a expertise que se deveriam ser aplicados para uma conclusão. Ponho-me no lugar do amigo leitor ou da amiga leitora onde acabo de ouvir na televisão que há fortes indícios de um “monstro” solto pelas ruas matando mulheres; em seguida pego um jornal impresso que me fornece dados “reais” como os nomes de 11 vítimas, todas do sexo feminino, com idade média entre 13 e 29 anos, todas mortas “supostamente” pelo mesmo assassino, que utilizava uma motocicleta, anuncia um suposto assalto e, antes da vítima entregar os pertences, são atingidas com um tiro no peito. 
O cidadão, leigo, tem duas opções neste momento: se veste de Sherlock Holmes e começa a tirar suas conclusões, sem base técnica, ou então, entra em desespero e não sai de casa nunca mais, achando que realmente existe uma calamidade pública e que o inimigo mora ao lado. Busquei em meus conhecimentos teóricos algumas informações que poderiam se encaixar no que a mídia estava expondo, da forma como estava expondo, chegando à uma única “pseudo-conclusão” com as dados que eram apresentados: o tal matador em série só poderia estar cometendo crimes passionais – crime de ódio ou algo do gênero. Buscaria até mesmo uma ajudinha na psicologia jurídica para poder tentar embasar essa tese e alegar que o cidadão possivelmente foi rejeitado pela sua namorada ou noiva ou esposa e, por causa desse abandono, ele resolve se “vingar” em todas as mulheres que fisicamente o faz lembrar-se do seu abandono ou da pessoa de sua “ex” e então resolve matar uma terceira pessoa para chegar ao ápice do seu “gozo interior” e a cada vítima que ele matasse, ele estaria revivendo esse ápice e se satisfazendo com a morte não da vítima em si, mas de quem supostamente o abandonou. O que diferencia um profissional de um cidadão leigo é simplesmente sua técnica e sagacidade, e não importa se estamos tratando de um jornalista ou âncora de uma emissora que teoricamente estudou para exercer sua função ou de um perito que estudou para ser expert em um determinado assunto, há uma palavra que grita neste contexto e ela se posta em Negrito, seu nome: VERDADE. 

Em minhas palestras e cursos que ministro pelo país, e também fora, eu sempre digo que na criminalística temos que nos atentar única e exclusivamente para a verdade, mas o problema é que tanto em um inquérito policial, quanto em um processo judicial existem 3 verdades. Isso mesmo, 3 verdades, a verdade apresentada pela vítima, a verdade escondida pelo autor e a verdade dos fatos e esta última é a que me interessa e a busco em todos os casos que tomo conhecimento. Em minha vida acadêmica, antes de ser inserido no mundo profissional, me foi apresentado um decálogo onde o primeiro tópico era, “Evitar conclusões intuitivas e precipitadas. Conscientizar-se que a prudência é tão necessária quanto a produção da melhor e mais inspiradora perícia. Jamais se firmar no subjetivismo e na precipitada intuição para concluir sobre fatos que são decisivos para os interesses dos indivíduos e da sociedade. Concluir pelo que é óbvio e consensual.” Com base nisso fui à busca de conhecer mais sobre esses 11 casos que estavam sendo expostos pela mídia e descobri uma série de coisas que desmistificavam a suposta ideia de haver um “Serial Killer” na cidade. 
Visitei a delegacia de homicídios, busquei me informar melhor sobre os casos, cruzei dados sérios e utilizei uma ferramenta investigativa para tentar traçar um perfil para as vítimas e para o assassino. Ainda bem que existem ferramentas, técnicas e profissionais dedicados a este trabalho, pois o encontrado até o momento não era o que se esperava, ou o que estava sendo divulgado. Para iniciar a contextualização não foram só 11 casos, são mais, os números não os divulgarei aqui por respeito aos colegas que graciosamente me receberam na delegacia. O cruzamento dos dados coletados pelas autoridades policiais não condiz com o que está sendo cogitado. 
Há inúmeras divergências entre o que a mídia divulgou e o que se tem de dados até o momento. E essa divergência me causa espanto, pois, infelizmente, no Brasil há uma cultura horrível que “demonizam” as nossas polícias, e este fato só reforça essa prática cruel de descrédito ao profissional que está desempenhando sua função, na maioria das vezes por amor ao que faz, tendo em vista a má aparelhagem do sistema. Inúmeros testes são aplicados, várias ferramentas são utilizadas e os dados ou os resultados nem sempre podem ser apresentados abertamente para a sociedade e para a mídia, pois atrapalhariam novos exames e novos resultados. Uma ferramenta de cruzamento de dados utilizada por mim não demonstrou em tese “NEXO DE CAUSALIDADE” entre os 11 casos – há fortes indícios de haverem motivações diferentes que os dividem em diversos casos. 
Não se encontram características que provem ser o mesmo autor nos 11 casos, (é muito provável que sejam vários autores), há uma falta gritante de argumentos geográficos e sócio-culturais para se cogitar a ideia de um “Serial Killer”, o que acaba nos levando a crer que sejam mais casos de homicídios como os que já estamos “acostumados” do que uma possível aparição de um maníaco que coloca em cheque toda uma comunidade e, porque não dizer, a sociedade. 

Confio nas técnicas e nas ferramentas empregadas pelo estado não só nestes casos, como em outros também, confio no tirocínio e capacitação dos profissionais envolvidos nestes casos. Busco sempre conhecer mais os fatos em sua totalidade para que não tire conclusões preciptadas ou leve meus leitores ao engano. Faço este texto para reflexão dos leitores para que pensem duas vezes, não como leigos, mas como desbravadores que sempre buscam o maior tesouro, a verdade. E esperamos que em breve as autoridades policiais do Estado de Goiás possam nos apresentar os 11 casos elucidados, não embasados em achismo, mas dentro dos princípios éticos e técnicos.

 Josecler Alair
Perito Judicial “Ad’hoc”
Graduado em Investigação e Perícia Judicial – Rio de Janeiro – RJ – 2011. 
Pós-graduado em Ciências Forenses, Investigação Criminal e Comportamento Desviante – Lisboa – Portugal – 2013.
Autor do livro: Morte no 217-a “O código Penal bate à sua porta”. CBJE - 2013

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Maníaco de Luziânia

Ademar de Jesus Silva



















Nasceu no ano de 1970, confessou ser o assassino em série responsável pelo desaparecimento de seis jovens entre os dias 30 de dezembro de 2009 e 22 de janeiro de 2010, com idades entre 14 e 19 anos em Luziânia, no estado de Goiás a 196 km da capital Goiânia (GO), no entorno do Distrito Federal.no ano de 2010. 
O caso ganhou repercussão nacional e foi investigado, além da polícia, pela CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados. O paradeiro dos jovens só foi solucionado na manhã de sábado, 10 de abril, quando o pedreiro, de 40 anos, foi preso acusado de estuprar e matar os rapazes. Ele mostrou à polícia o local onde estavam os corpos dos garotos e, em entrevista, se disse arrependido e afirmou que pensava no sofrimento dos familiares dos jovens mortos. O pedreiro também declarou que foi vítima de abusos sexuais no passado e disse que cogitou o suicídio após a repercussão das mortesAdemar Jesus da Silva já havia sido condenado em 2005 a 10 anos e 10 meses de prisão por abusar sexualmente de dois meninos, um de 11 e outro de 13 anos, em Águas Claras e Núcleo Bandeirante, respectivamente.
Antes de sua captura, a hipótese em voga era de que os jovens haviam sido cooptados para o trabalho escravo nas fazendas da região. Ademar Silva era pedreiro. 
Chegando da Bahia, passou a viver com uma irmã em Luziânia (GO) e depois se mudou para o DF

Um exame criminológico foi realizado em 28 de maio de 2008.
O laudo deste exame apontou a necessidade de que outros dois fossem realizados: um psiquiátrico e um psicológico. O resultado destacou, ainda, sinais de psicopatia. No entanto, como destacou o magistrado, ser psicopata não é uma doença mental, mas um distúrbio de personalidade, que não é critério que impeça de concessão de progressões. Ademar foi submetido ao exame psicológico em 11 de maio de 2009, e ao psiquiátrico, uma semana depois, em 18 de maio. Os resultados de ambos os procedimentos não apontaram nenhum indício de doença mental, assim como não destacaram a necessidade de acompanhamento psicológico posterior.

O pedreiro deixou o presídio em 23 de dezembro de 2009 e, sete dias depois, teria cometido o primeiro crime. 

O primeiro a desaparecer, em 30 de dezembro, foi Diego Alves Rodrigues, de 13 anos. Pouco antes das 10h, ele saiu de casa no bairro Estrela Dalva, onde mora a maioria das vítimas, para ir a uma oficina de carros, e não foi mais visto. No dia 4, no mesmo horário, foi a vez de Paulo Victor Vieira de Azevedo Lima, de 16 anos, desaparecer. George Rabelo dos Santos, de 17 anos, sumiu no dia 10. Três dias depois, foi à vez de Divino Luiz Lopes da Silva, de 16 anos, desaparecer da porta de casa depois do café da manhã. No dia 18, Flávio Augusto Fernandes dos Santos, de 14 anos, foi visitar um amigo e não voltou. O ajudante de serralheiro, Márcio Luiz de Souza Lopes, de 19 anos, saiu do trabalho para consertar a bicicleta no começo da tarde e, desde então, não mais foi visto. Descrito como uma pessoa agressiva, perturbada e com transtorno psicopatológico, Ademar admitiu que espancou até a morte os seis jovens de Luziânia. Segundo investigações da polícia, o pedreiro matou os meninos para não ter problemas com judiciais. Ademar passava despercebido pelos vizinhos porque passava a maior parte do tempo dentro de casa. Ademar de Jesus Silva usava documentos com o nome de Adimar Jesus da Silva. Ele mudou o nome porque era acusado de tentativa de homicídio na Bahia, e acabou beneficiado por alteração no registro de batismo em novo documento obtido quando se mudou para o DF.  

Ademar foi encontrado morto no início da tarde de 18 de abril de 2010 na cela onde estava preso há uma semana, na Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc), em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, ele se enforcou com tiras arrancadas do forro de um colchão. O médico-legista Paulo Afonso Mendes de Campos, que coordenou a necropsia, disse não ter dúvidas de que Ademar se matou. Campos contou que o corpo do pedreiro não apresenta lesões recentes, hematomas ou qualquer sinal de que tenha sido agredido ou mesmo imobilizado. Também não há cortes nem perfurações. Os sinais são de um clássico enforcamento. Segundo ele os vasos sanguíneos foram comprimidos, as mucosas ficaram inchadas e o sangue saiu pelo nariz e pela boca. Ainda segundo o responsável pela necropsia de Ademar, o tempo entre o momento em que ele teria se enforcado até a morte durou entre dois e quatro minutos. Primeiro, ele perdeu a consciência, depois o corpo desabou e ele morreu. Ademar foi encontrado sentado em um banco de concreto da cela, de não mais que 60cm de altura. A posição reforça o que costumam chamar de "enforcamento incompleto". 

Há dois vídeos que resumem o caso:
Vídeo 1: http://www.youtube.com/watch?v=Nb7d8ZNEMWE
Vídeo 2: http://www.youtube.com/watch?v=72AE0F5UHBU

Fonte:
http://omundomau.blogspot.com.br/2010/04/ademar-de-jesus-silva.html