sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pesquisa do ISP revela que crianças e adolescentes representam 53,5% das vítimas de estupro contra a mulher em 2010.

Eu fico indignado quando abro os jornais para me manter informado do que anda acontecendo no mundo e logo de cara depara-me com notícias estarrecedoras. Sempre fui ligado nas notícias políciais e por outro lado as estatísticas sempre me deram medo.

Mais medo eu tenho, quando ao ver as estatísticas, vejo que a sociedade sofre e as autoridades não fazem nada para prevenir os acontecimentos. Falar de casos ocorridos é fácil, não precisamos de muito, basta só contarmos: um morto, dois assaltados, uma estuprada, três latrocínios e assim vamos. Mas o que fazemos, o que a sociedade faz ou o que o "governo" está fazendo para prevenir esses casos? O que podemos fazer? Por onde começar?

Seria melhor fazermos caixinhas de sugestões e espalha-las pelo país? Ou iniciarmos com retaliações ao mundo do crime começando a curar as feridas na base da sociedade atravéz da educação? Será que se houvesse um acompanhamento psicológico nas escolas primárias as pessoas seriam diferentes?

Bom... Enquanto não fazemos nada, vamos continuar a ler os jornais com números absurdos.

Segue abaixo matéria publicada no jornal O GLOBO hoje.

Pesquisa do ISP revela que crianças e adolescentes representam 53,5% das vítimas de estupro contra a mulher em 2010
Publicada em 28/04/2011 às 23h45m
Sérgio Ramalho

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/28/pesquisa-do-isp-revela-que-criancas-adolescentes-representam-53-5-das-vitimas-de-estupro-contra-mulher-em-2010-924345047.asp#ixzz1Kuu5ipCw
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RIO - A adolescente F., de 13 anos, cresceu em um ambiente marcado pela violência. Sem conhecer o pai, assistia à mãe sofrer agressões do avô alcoólatra até que, numa madrugada, virou alvo da brutalidade dele. Bêbado, ele a estuprou. No ano passado, outras 2.006 meninas, com menos de 14 anos, foram vítimas de violência sexual no estado, vivendo drama semelhante. O número representa 53,5% dos 3.751 casos de estupro de mulheres no período.

Os dados fazem parte do Dossiê Mulher, elaborado por pesquisadores do Instituto de Segurança Pública (ISP), que será divulgado nesta sexta-feira. A sexta edição do relatório compara estatísticas de 2009 e 2010 relativas à violência contra pessoas do sexo feminino. Às vésperas do Dia Nacional da Mulher, que será comemorado no sábado, o documento traduz em números o tamanho do desrespeito à mulher. Os registros de estupro cresceram 25% entre 2009 e 2010: passaram de 4.120 para 4.589. Embora 81,2% das vítimas desse tipo de crime sejam mulheres, 18,8% são crianças e adolescentes do sexo masculino. Do universo de mulheres estupradas, mais da metade é formada por crianças e adolescentes com menos de 14 anos. O dossiê traz ainda dados sobre crimes de lesão corporal dolosa, homicídio doloso (quando há intenção de matar) e ameaça.
" Em 50,5% dos casos de estupro, as vítimas conheciam os acusados, que são maridos, ex-maridos, pais e padrastos "
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Dossiê aponta redução de homicídios dolosos
Apesar do quadro, o presidente do ISP, tenente-coronel da PM Paulo Augusto Souza Teixeira, ressalta que há aspectos positivos. Um aspecto foi a redução de 19,4% nos casos de homicídios dolosos. No ano passado, 299 mulheres foram vítimas desse tipo de crime, 72 casos a menos do que os 371 contabilizados no ano anterior. Do total de vítimas de assassinatos em 2010, 37,4% tinham entre 18 e 34 anos. Cerca de 13,3% das vítimas eram mulheres ou ex-mulheres dos supostos autores dos crimes.
A análise do perfil das vítimas de estupro do sexo feminino indica que 37,6% eram brancas, 43,6% pardas e 11,9% negras. Com relação à faixa etária, 30,3% tinham entre 10 e 14 anos, e 23,2%, entre zero e nove anos de idade. O mapa dos números por batalhão (Aisp) mostra que o município que teve maior aumento percentual nos registros de estupro foi Belford Roxo, com 162%. A cidade registrou 178 casos no ano passado contra 68 em 2009.
Pelo terceiro ano consecutivo, os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Caxias, na Baixada Fluminense, figuram no topo do ranking de violência contra as mulheres. A ameaça é crime mais comum. No ano passado, houve 49.950 casos, aumento de 6,2% em relação a 2009, quando foram registradas 47.027 ameaças. Em média, 137 mulheres registraram terem sofrido ameaçadas em delegacias do estado, em 2010. A 20 Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) - que reúne os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis - ficou em primeiro lugar em número de registros desse tipo de crime.
Uma das responsáveis pela elaboração do dossiê, a capitã PM e analista criminal do ISP, Claudia Moraes, admite que a subnotificação ainda é grande nos casos relacionados à violência contra a mulher. Contudo, Claudia acredita que a aprovação de leis como a Maria da Penha e a tipificação do crime de estupro para casos que antes de 2009 eram tratados como atentado violento ao pudor devem se refletir na diminuição dos casos e, principalmente, no aumento da punição aos agressores.
- Em 50,5% dos casos de estupro, as vítimas conheciam os acusados, que são maridos, ex-maridos, pais e padrastos - diz Cláudia Moraes.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/28/pesquisa-do-isp-revela-que-criancas-adolescentes-representam-53-5-das-vitimas-de-estupro-contra-mulher-em-2010-924345047.asp#ixzz1KuuAbL8x
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Crime Passional... Até quando a intolerância reinará ?

Fico a me perguntar:
Até quando a intolerância e a falta de respeito reinará em nosso meio?
Será que um dia, o "homem" irá ser senhor de sí, donos dos seus desejos, controlador dos seus impulsos?

Todos os dias acontecem em nosso meio, milhares de crimes contra a vida,
* Homicídio - matar alguém,
* Infanticídio.
* Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio e aborto.
* Lesão Corporal.
Artigos 121 a 128 do Código Penal Brasileiro.
Alguns desses crimes só lesionam as vítimas psicológicamente, outros chegam as vias de fato causando lesões na carne, mas o que me deixa impressionado é a crueldade com que uma pessoa mata a outra por motivos fúteis. É impressionante como nós que estamos em um patamar que nos diferencia dos outros animais, pois somos seres racionais, não conseguimos controlar os nossos atos e nos tornamos capazes de tirar a vida de outrem por banalidade, falta de respeito e para não deixar de citar, matamos até mesmo por amor.

Crime passional. Esse é o crime cometido por quem mata por amor. Nesse caso, o amor e o ódio se misturam e ambos se perdem no meio do caminho. As alucinações e os medos são maiores que a razão e o que resta para o amante é pensar em algo como se fora um Trecho de Shakespeare "mato-te eu, para não perder-te".

Por Josecler Alair

Segue abaixo um caso de um crime ocorrido em Cuiabá.

CUIABÁ - Um homem foi condenado a 23 anos de prisão por assassinar a ex-mulher com pancadas na cabeça, provocadas por uma cadeira. De acordo com o promotor de Justiça João Augusto Veras Gadelha, A.C.H. foi condenado por homicídio qualificado. O crime ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2010, em um sábado de carnaval, no bairro Novo Paraíso, em Cuiabá.

Segundo a denúncia, o réu foi até à casa dos pais da vítima para tentar reatar o relacionamento. Inconformado com a negativa da exc-mulher e aproveitando-se do fato de ela estar sozinha, A.C.H. pegou uma cadeira e bateu na cabeça da vítima, causando traumatismo no crânio encefálico.

Segundo o MPE, além de estar sozinha no momento do crime, a vítima ainda estava sonolenta, pois havia tomado remédio para conseguir dormir. O acusado teria usado o próprio filho para convencer a vítima a abrir a casa. Uma peça de roupa infantil, com manchas de sangue, foi encontrada. O relacionamento do casal, conforme o MPE, sempre foi tumultuado devido às agressões físicas e psicológicas que a vítima sofreu durante os cinco anos em que permaneceu casada.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/04/27/homem-condenado-23-anos-por-matar-ex-mulher-com-cadeirada-em-cuiaba-924329805.asp#ixzz1KjIErcOB
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Fonte: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/04/27/homem-condenado-23-anos-por-matar-ex-mulher-com-cadeirada-em-cuiaba-924329805.asp

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A interdisciplinaridade



Como funciona a mente de um criminoso?
O que pensa um criminoso no ato da prática delituosa?
Como atua seu organismo nesse momento do crime?
Qual é a sensação logo após o crime cometido?

São perguntas que não se respondem facilmente.
Cada pessoa é individual, somos portadores de uma identidade única.
Por mais que alguem tente imitar outras pessoas, ele acabará dando algum sinal de sua particularidade em algum momento.

Cabe ao agente da investigação, buscar minucias que individualizam os sujeitos.
Ao analizar um caso, uma cena de crime, um ato seja ele qual for, o investigador tem que buscar vestígios além dos que podem ser vistos a olho nú.

Ultimamente, tenho me colocado em linhas de estudos onde a psiquê é de fundamental importância para o desenrolar de crimes. Há no mundo acadêmico metologias, teses, conceitos, leis, ordenamentos e conceitos que se juntadas em um único cidadão, ele se tornará literalmente um Expert nas soluções de crimes. (Tenho tentado chegar lá).

A psicologia e o direito já andam de braços dados a algum tempo, mas essa fusão ainda não é bem aceita por muitos dos "parasitas" da humanidade. Ouço e vejo ainda, muita gente que é contra leituras que não sejam feitas nos alpharrábios da lei.
Há uma troca enorme de informações que deveriam ser fundidas desde o surgimento das ciências humanas e exatas que ainda hoje não são colocadas em prática.
Os que são operadores do direito, por sua vez, os mais antigos, não acreditam em técnicas que estão em voga nos dias atuais. Algumas dessas técnicas, podem ser vistas na mídia atravez de séries de tv que passam diariamente em canais fechados e agora em canais abertos também, dentre eles: CSI, The Mentalist,lei & ordem, dentre outros.

Tenho sido apresentado a essa linha de estudo e tenho me encantado com o que tenho estudado, o pouco que eu tenho lido, tem feito em mim, uma mudança radical na maneira de eu trabalhar os dados, tenho tido hoje uma ótica profissional diferenciada dos demais e espero que isso me torne ímpar no mercado de trabalho.

Tenho me embrenhado pelo mundo da Psicologia Jurídica, pela Psicopatologia, pela neurolinguística e outras ciências e só sei dizer que está sendo encantador.

Quanto mais nós nos conhecemos e conhecemos o nosso próximo, mais pertos estaremos da erradicação de crimes ediondos, crimes passionais, abusos e conflitos.


Josecler Alair
Perito Judicial
Detetive Particular

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Crianças pequenas e até de colo usam oxi e crack oferecidos por pais e traficantes.

- Em toda Região Norte é comum que as crianças se droguem. Por aqui, elas usam cocaína, oxi e merla. As pequenas, de 5, 6, 8 anos, começam em casa. Recebo há um ano e meio cinco meninos que usam cocaína e oxi. Eles têm entre 6 e 11 anos, a polícia traz, eles quebram tudo, ficam agitadíssimos. Um outro de 10 anos é pequeno, raquítico até, mas drogado tem uma força enorme - conta Linagina. - Em Rio Branco, geralmente, os adultos partem para o oxi depois de terem experimentado outras drogas. As crianças não. Elas já começam com a pedra e muitas nem vão atingir a maioridade.

Nas ruas de Rio Branco não é difícil encontrar crianças de 8, 10, 11 anos viciadas em oxi. Elas perambulam pela cidade, reúnem-se perto da antiga rodoviária ou no Preventório, no Centro, para fumar a pedra. Quando não têm dinheiro, praticam pequenos delitos.

- O vício está diretamente ligado à violência. Para usar, as que têm casa começam a roubar da família. As que já estão nas ruas, quebram vidro de carro para furtar o que está dentro, roubam celulares e pequenos objetos. Elas compram oxi por R$ 5 e R$ 7 - diz Linagina. - É muito difícil conseguir internar crianças antes dos 12 anos e algumas até passam a traficar para manter o vício.

Em Teresina, no Piauí, crianças consomem drogas com mel. No bairro São João, perto das escolas públicas, traficantes vendem uma mistura de crack com mel, semelhante a balas de goma.

- Inicialmente, o traficante não vende. Eles dão balas para que as crianças fiquem na mão deles. Elas não têm dinheiro, mas a estratégia é que fiquem viciadas para que tirem dos pais, roubem objetos, bens e dinheiro de suas casas. Pessoas ficam sem usar crack três dias, no máximo - conta Miranda Neto, fundador e coordenador do Grupo de Amigos da Vida (GAV), entidade que mantém uma comunidade terapêutica para tratamento de dependentes na zona rural do município de Piracuruca.

Também em São Luís, no Maranhão, crianças são alvo fácil de traficantes. Depois que ficam dependentes de crack e oxi, são recrutadas para trabalhar como "aviões". Parte do "salário" sustenta o consumo da droga e o restante, em geral, vai para a família.

Leia a reportagem completa no Globo Digital (conteúdo exclusivo para assinantes)

domingo, 17 de abril de 2011

Atendendo a Pedidos. (Abuso Sexual e Pedofilia)

Um amigo, que é Editor chefe da "REVISTA S" aqui do Rio, me pediu para fazer um texto breve sobre Abuso Sexual e Pedofilia.
Vou posta-lo para que os amigos possam ler, divulgar e comentar.

Abuso Sexual e Pedofilia

Pedofilia é um termo médico usado para definir pessoas adultas que sentem atrações por crianças. Isso é mundialmente tratado como sendo uma doença e não tem cura.
A pedofilia é uma “parafilia”, (forma de ter prazer fora da cópula), tal como a necrofilia (atração sexual por defuntos) e a zoofilia (atração sexual por animais).
Como o ato pedofilico é reconhecido como doença, a Lei Penal Brasileira, não tipifica como crime ser pedófilo, mas criminaliza “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos”. Art. 217-A do Código Penal Brasileiro.

Há uma linha muito tênue entre sentir desejo sexual por uma criança e usar essa criança para se satisfazer sexualmente. Quando isso acontece os especialistas chamam de Abuso Sexual, pois o ato é abusivo, invasivo, nocivo ao crescimento e amadurecimento da psique da criança, é um ato destrutivo, monstruoso, cruel, maléfico para a vítima e repudiado por toda a humanidade.

Uma criança Abusada carrega marcas por toda sua vida, geralmente é preciso anos de tratamento psicológico para amenizar as feridas e traumas causados pelo abuso.

Os abusadores se dividem em dois tipos: Os Psicóticos e os Psicopatas. O primeiro, só ataca suas vítimas para cumprir ordens ouvidas de vozes vindas de um surto, não escolhe suas vítimas, ataca a primeira pessoa que vir em sua frente, o que ele quer é cumprir a ordem da voz para parar de ouvi-la, ele é literalmente perturbado e só a internação em um hospício o impediria de abusar de alguém. Juridicamente é inimputável, não pode ser condenado.

Já os psicopatas são cruéis, trazem medo e dor para o seio da sociedade. Ele pensa e premedita todos os seus atos, joga o tempo todo com as pessoas, brinca com os sentimentos alheios, abusa da confiança que lhe é dada pelos familiares das vítimas, estuda suas vítimas e as escolhe de forma a satisfazer seus mais variados desejos;
Neste caso, a vítima pode ser menino ou menina, pré-púbere (criança) ou pós-púbere (adolescente). Os psicopatas buscam ganhar a confiança da criança, se tornam amigos, ouvintes, conselheiros e quando de posse desses aspectos ele começa a trabalhar sua maldade.

No Brasil os abusadores são com maior freqüência os próprios familiares, dá-se destaque para os Pais, com uma média de 52% e aos Padrastos com uma média de 32%, vindo depois: Irmãos, tios, avós,mães, babás, empregadas domesticas, colegas de rua, visinhos e em último caso um estranho vindo de longe.

Para evitar os casos de abuso sexual, especialistas aconselham aos pais:
* Serem amigos de seus filhos, sempre conversando sobre esse e todo os tipos de assuntos relacionados a vida íntima da criança, mostrar os malefícios possíveis, fazer com que amigavelmente a criança conte aos pais todos os atos que possivelmente sejam diferentes dos normais, mesmo que estas sejam praticados por um parente próximo.
* Ao deixar a criança usar computadores, ter conhecimento de todos os amigos, todas as conversas, sites visitados e programas utilizados pelas crianças. Não é preciso proibir, mas acompanhar o uso da internet.
* Fazer acompanhamento terapêutico com a criança, pois nem sempre ela contará certos assuntos para a família com medo de repressões.
* Quando houver qualquer tipo de suspeita, procurar a delegacia especializada no assunto para iniciar uma investigação sob suspeita de abuso sexual. No Rio de Janeiro existe a DECAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), Rua do Lavradio, Centro. Existem também profissionais particulares, (Investigadores), que atuam da forma sigilosa e muitas famílias tem vergonha de estar com a polícia envolvida em casos de família. Mas vale ressaltar que nem todos os profissionais particulares são especialistas no assunto e existem vários aproveitadores.
* Para fazer denúncias anônimas, o Governo criou uma linha de telefone: Disque 100.


Josecler Alair
Investigador Particular
Perito Judicial
C.U.F.D – Inscrição nº. 05413/05
Contato: 021 – 8575-7544
detetivejosecler@hotmail.com
www.detetivejosecler.blogspot.com

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Perícia e o monstro de Realengo.

Barba feita de atirador em vídeo desperta dúvidas sobre data da gravação

Polícia divulga novo vídeo em que assassino comenta plano e diz que imagens são de julho

Rio – A Polícia Civil divulgou ontem mais um vídeo gravado por Wellington Menezes de Oliveira, falando sobre o planejamento do massacre que resultou na morte de 12 adolescentes, no dia 7. Segundo a polícia, o HD (onde os dados do computador ficam armazenados) encontrado pelos agentes e periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) teria sido usado, pela última vez, em julho de 2010, o que indicaria que o assassino vinha tramando a matança, no mínimo, havia nove meses.

Na terça-feira, um vídeo que teria sido gravado no dia 5, ou seja, dois dias antes do crime, foi divulgado pelo Jornal Nacional, da TV Globo. O diretor do Departamento de Polícia Técnico Científica (DPTC), Sérgio Henriques, entretanto, foi categórico em afirmar que as primeiras imagens não foram encontradas pela polícia. “Sobre o primeiro vídeo, estamos tomando conhecimento ainda, porque não estava em nada que nós encontramos. Este segundo, sabemos que foi feito por uma câmera Kodak e que foi gravado no ano passado, já que o HD estava inutilizado desde então. Ele foi encontrado, inclusive, numa prateleira toda cheia de poeira”.

Wellington, na verdade, tentou apagar algumas informações deste computador. O ICCE, entretanto, usou um conjunto de software chamado Incase que recupera, inclusive, dados excluídos.

Neste vídeo divulgado ontem, Wellington dá um recado macabro: “A maioria das pessoas me desrespeita, acha que sou um idiota, se aproveita de minha bondade e me julga antecipadamente. São falsas e descobrirão quem sou da maneira mais radical”.

A informação de que o vídeo é de antes de julho de 2010, entretanto, intrigou funcionários do salão onde Wellington cortava o cabelo a cada 30 dias, em Realengo, mesmo após ter se mudado para a casa de Sepetiba. “Não tem como este vídeo ter sido feito no ano passado, porque a barba dele estava muito grande e só cortou agora, dias antes do ataque”, explicou uma cabeleireira.

De fato, essa diferença de tempo também vai de encontro ao depoimento do barbeiro de Wellington, M. à Divisão de Homicídios. Ele afirmou que ‘no último ano, Wellington passou a deixar a barba crescer, atingindo o comprimento até o peito’. O criminoso esteve no salão pela última vez no dia 31. Chegou de barba feita e ainda brincou com M.: “Fiquei mais novo?”.

Macabro

“A maioria das pessoas me desrespeita, acha que sou idiota, se aproveita de minha bondade, me julga antecipadamente. São falsas, desleais. Descobrirão quem sou da maneira mais radical. Uma ação que farei pelos meus semelhantes que são humilhados, agredidos, desrespeitados em vários locais, principalmente em escolas e colégios pelo fato de serem diferentes, de não fazerem parte do grupo dos infiéis, dos desleais, dos falsos, dos corruptos, dos maus. São humilhados por serem bons”.

WELLINGTON MENEZES, o Monstro de Realengo

Original em: http://odia.terra.com.br