terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Abuso: O que ele me disse quando me violou

Eu achei interessante a ideia dessa Jovem.
Gostaria de fazer o mesmo aqui no Rio de Janeiro, não com fotografias, mas com textos, um livro seria legal.
Se você já foi abusada/abusado ou conhece alguem que foi e queira dividir com a sociedade esse momento como uma forma de desabafo, envie-me um e-mail ou publique nos comentários aqui no Blog. 

E-mail: detetivejosecler@hotmail.com

Leia a matéria abaixo.

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Abuso: O que ele me disse quando me violou

2/6/2012

O desabafo de uma amiga, durante um passeio pelas ruas de Nova Iorque, numa noite fria de Outubro, não lhe saiu da cabeça. Grace Brown, 19 anos, estudante na School of Visual Arts, andava à procura de tema para uma nova série de fotografias. E na manhã seguinte àquela conversa perturbadora sobre abusos sexuais e ameaças sussurradas ao ouvido, acordou com uma ideia. Queria desafiar mulheres que tivessem sido vítimas de pedofilia a enviarem-lhe fotografias. Ia pedir-lhes que escrevessem num cartaz as palavras mais dolorosas que os agressores lhes tinham dito e que as exibissem à frente da sua máquina.


A Internet serviu para divulgar o projecto, a que chamou Unbreakable – homenagem à coragem “inquebrável” das vítimas. Grace usou-se como modelo para a primeira fotografia e colocou um apelo online [http://projectunbreakable.tumblr.com/]. Surgiu a primeira voluntária e depois outra. “Combino com elas uma hora e um local e às vezes é tudo muito rápido: elas escrevem o cartaz, eu tiro a fotografia e vão-se embora. Mas já houve mulheres que se sentaram e me contaram a sua história, que choraram”, explicou ao jornal britânico The Guardian.


Até agora, tirou 25 fotografias, mas há mais de 100 imagens publicadas no blogue e outras tantas na caixa de email, enviadas do Canadá, Brasil, Espanha, Itália, França, Inglaterra, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Tailândia e Emirados Árabes Unidos.


Recebeu a história de uma miúda de 13 anos que escreveu no cartaz: “Fecha os olhos, isto é capaz de doer um bocado.” Leu descrições de abusos maternos. “Não consigo sequer imaginar o que passaram.


O que eu sei é que são um exemplo de coragem. Tenho muito orgulho em quem participa.” Algumas mulheres dão a cara, outras apenas exibem palavras: “Agora diz que me amas”; “Não podes dizer a ninguém, é o nosso segredo!”; “Ajoelha-te!” Grace mantém o anonimato das participantes mas, na página do seu projecto, divulga o telefone de uma associação de apoio especializada.


“Não fazia ideia de que o projecto iria ganhar esta dimensão”, afirmou a autora à SÁBADO, em entrevista por email. “Pensei que a mensagem iria chegar a uma centena de pessoas, não a milhares.”


O empurrão chegou por acaso: uma semana depois do lançamento de Unbreakable, a escritora feminista Jessica Valenti tropeçou na ideia e divulgou-a no seu blogue. Rapidamente a caixa de email de Grace se encheu com mensagens de mulheres de todo o mundo.


“É incrível saber que o projecto chegou a lugares como a Austrália e o Médio Oriente. Recebo mensagens em todas as línguas e é comovente perceber que estas mulheres querem agradecer-me. Para elas é uma espécie de cura.”


FONTE: http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/-span--b-Sociedade-b---span--%281%29/Fotogaleria-%28295%29.aspx

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